A balança e a desidratação

Com o final das férias, uma nova época está a começar. Com o início de época aparecem os treinos com uma duração superior ao normal. É o período dos treinos com grandes volumes de carga e elevada frequência das sessões.

“Temos que queimar o que vem a mais das férias e trabalhar o que se fez a menos” ouve-se por todo o lado, o que até nem é mentira de todo. Contudo não nos podemos esquecer que durante o exercício físico, para que haja “queima”, perde-se um conjunto de substâncias, das quais se destaca a água (para mais informação consultar o texto “agua ...”). Esta perda ocorre principalmente através do suor/transpiração.

A velocidade como que esta perda se processa depende de um conjunto de factores, dos quais se destacam a aptidão física dos atletas, a intensidade e a duração do treino, assim como as condições ambientais nas quais se desenrola a actividade física (temperatura, humidade, velocidade do vento, etc.).

Uma das consequências da elevação da transpiração, ou se quisermos da transpiração intensa, é o aumento da perda de água corporal. Perda esta que, em casos extremos, pode levar a situações complicadas de desidratação.

Estes sintomas que, por vezes, são tidos como consequências naturais da prática desportiva, como por exemplo secura na boca, fadiga algo intensa, cãibras, aumento da frequência cardíaca, aumento da temperatura corporal, entre outros, podem estar relacionados com casos de desidratação. Contudo, em casos sérios de desidratação há sempre uma perda de rendimento físico por parte do atleta.

Como avaliar o nível de desidratação de um atleta?
A forma mais fácil é através do peso!

Como?
Pesar os atletas, antes e depois da actividade, de preferência sem roupa e devidamente secos (sem suor), sendo que a diferença indica o volume de água perdida pelo atleta. Em seguida, calculamos o valor que essa perda significa para a massa corporal do atleta.
Ex: um atleta com uma massa de 70kg após um treino terminou com 68kg, o que significa que perdeu 2kg.Esta perda corresponde a 2,85% do seu peso.

Qual o significado deste valor?
Conforme a percentagem da perda, grande parte da bibliografia entende que:
Para perdas de 2% há uma natural perda da capacidade termoreguladora e a perda de rendimento será próxima dos 20%.
Para perdas de 4 a 6 %,verifica-se uma diminuição da força muscular, cãibras por calor, esgotamento e fadiga. A quebra de rendimento chega aos 30%.


PS:

Este é o outro lado do valor da existência da balança no balneário!
Nem sempre as gramas a mais das férias ou do fim-de-semana são as verdadeiras preocupações do treinador quando pede para os atletas se pesarem, apesar de também o serem… e então nesta fase da época.