3 de novembro de 2007

Sobre ALONGAMENTOS

Longe vão os tempos nos quais o treino de flexibilidade e o “alongar” eram considerados “exercicios” de meninas. Uma boa parte das sessões de ginástica para as meninas englobava movimentos de flexibilidade, ao passo que as sessões para homens incidiam sobre outro tipo de capacidades das quais se destacam a força. Os homens praticavam movimentos mais bruscos e até algo descoordenados aos quais estava associado algo de viril, e as senhoras, por seu lado, exercitavam-se em técnicas nas quais a soupless e a amplitude de movimentos eram as características mais marcantes.


De há uns anos para cá, com o avanço das ciências do desporto e a abertura de mentalidades, os alongamentos deixaram de ser praticados só por senhoras e estão presentes em todas as sessões de treino de grande parte das modalidades desportivas.

Actualmente muito se investiga e escreve sobre os alongamentos, nomeadamente o protocolo mais correcto de os realizar, a postura a observar, os benefícios da sua prática, etc. Contudo, um pouco como tudo na vida, nem sempre o fazer por imitação leva a bons resultados, e neste caso o fazer alongamentos somente porque “os grandes” também os fazem pode custar um preço. Assim, com o intuito de clarificar algumas situações relacionadas com os alongamentos, vejamos realidades que assistimos em alguns locais e que nem sempre são as melhores opções.




Aquecimento: Alongamentos Estáticos vs Alongamentos Dinâmicos

Muitas vezes verificamos que após a mobilização de aquecimento segue-se uma fase de realização de exercícios estáticos de alongamento. Sendo o jogo de hóquei em patins uma actividade dinâmica, a realização de exercícios de alongamento estático antes de uma sessão de treino ou até mesmo de um jogo não se apresenta como a alternativa mais indicada. Nestas situações, e numa fase inicial, deverão ser realizados exercícios de caracter mais dinâmicos.

Descompressão: alongamentos vs exercícios dinâmicos

Verificamos também que muitas das vezes após um jogo realiza-se a denominada “recuperação” através de exercícios de alongamentos. Sendo o jogo uma actividade de alta intensidade na qual são produzidas altas concentrações de acido láctico não devemos numa primeira fase de descompressão insistir nos alongamentos, é mais adequado a realização de exercícios dinâmicos gerais de baixa intensidade, por exemplo corrida suave, exercidos de soltura , etc e somente após a realização destes devemos realizar exercidos de alongamentos. Neste caso, mais estáticos.



Nota final:

A flexibilidade é uma capacidade motora, que dado um conjunto de factores, nem sempre é alvo de um trabalho sério. Treinadores há que dizem que é a velocidade e a força, juntamente com a resistência, que permitem ganhar jogos. Não deixa de ser um pouco verdade, contudo, um bom trabalho de flexibilidade permite ganhar atletas com alta capacidade de trabalho. E quando assim é, estes estão mais predispostos a obterem ganhos mais significativos no desenvolvimento de outras capacidades e, por outro lado, os riscos de contraírem lesões também é menor.

4 comentários:

Anónimo disse...

Muitos Parabens... considero de extrema IMPORTANCIA o que é dito neste pequeno apontamento sobre os "alongamentos"... principalmente pela area tao discutida que sao e pela importancia que têm julgo que ficam aki umas quantas ideias para os treinadores DESBRAVAREM...

NAO COPIEM OS GRANDES... a melhor frase ;-)

Francisco Mendes disse...

Obrigado pelas palavras...:)

Francisco Mendes disse...

Obrigado pelas palavras...:)

Anónimo disse...

Caro amigo Chico!
É muito bom ler sobre aquilo que gostamos e, mais ainda, temas como este. Tens toda a razão, a cópia nem é a solução, cada modalidade sua especificidade, e bom para os atletas que os seus técnicos assim o pensem.
Bem haja para ti!
Felicidades e sucesso desportivo.

"Madeira" - Jorge Santos