Ainda sobre o quadro competitivo

No passado mês de Setembro, mais propriamente no dia 23, num texto com o nome “Sobre os Calendários de Jogos” expus o calendário que os miúdos do escalão de Iniciados iriam cumprir.

Nessa altura interroguei-me se jogando ao domingo e a meio da semana, e por vezes com três jogos numa semana, haveria evolução.

Passadas que estão algumas destas situações, devo dizer que na prática, e tirando algum cansaço acumulado nos miúdos (o que até pode ter algum benefício…), a sua evolução não foi significativa. Há conceitos e situações erradas que tendo sido identificados, não foram alvo de correcção, dado que o tempo de treino entres os jogos não foi o suficiente para permitir oportunidades para possíveis alterações.

Contra factos não há qualquer argumento, diz o povo e bem… sem tempo de treino/prática não há evolução … sabe-o qualquer treinador….

Um quadro competitivo, e essencialmente um calendário de jogos no desporto infanto-juvenil, que não preveja tais fases no processo de aprendizagem, é um quadro pouco equilibrado e que em nada favorece a aprendizagem e a formação desportiva.

Para aprender é necessário repetir, repetir e repetir…. mas… para se poder repetir é necessário tempo.

Processos conduzidos com pressas raramente levam a portos seguros e não permitem um processo equilibrado e ponderado.

Bom, restam os números, os quais podem ter duas interpretações:
A primeira volta (8 jogos!!) já está …
1.ª - despachada, pensam uns;
2.ª - desperdiçada, pensam outros.
Uns - talvez os organizadores - que vêem as suas tarefas realizadas. Outros - os treinadores - preocupados com a evolução (ou falta da mesma) dos seus atletas.

Nota final
A fórmula e respectivo quadro competitivo imposto numa modalidade é um factor que condiciona o trabalho dos treinadores, como tal, a responsabilidade da formação ministrada deverá ser repartida tanto pelo treinador (pela função de orientador que ocupa) bem como pela entidade que o “obriga” ao cumprimento de determinados quadros competitivos.