MEC - HP
Qual o significado desta sigla?
Esta deve ser a questão que o leitor está neste momento a colocar, e muito bem.
Vamos então tentar responder a essa questão.
MEC – significa “Modelo de Estrutura do Conhecimento” e HP – como facilmente se depreende, são as iniciais do nosso jogo: Hóquei em Patins.
Situados que estamos, novas questões se colocam: qual o significado do MEC? E qual a sua importância para o treino?
O MEC apresenta-se como uma ferramenta pedagógica/didáctica, ou se quisermos, metodológica que pretende, entre muitos outros factores, fazer uma caracterização da modalidade que queremos ensinar/treinar, tendo em conta as suas particularidades e necessidades específicas e, ao mesmo tempo, conferir uma orientação evolutiva ao processo de ensino em causa. Pretende-se, então, traçar um percurso equilibrado e ponderado, baseado em objectivos, para a evolução da aprendizagem.
Um exemplo concreto: se quero formar um jogador de HP, primeiro que tudo, esse pretendente a hoquista tem de aprender a Patinar.
Ao elaborarmos um MEC, estipulamos como que uma hierarquia dos objectivos a atingir, consoante o grau de dificuldade e de adaptabilidade da criança, de tal forma que, no final do percurso, tenha sido trabalhado e dominado um conjunto de tarefas/objectivos fundamentais para a evolução do “jogador”.
Já cá o disse algumas vezes, mas nunca é demais repetir: na preparação, realização, avaliação e análise do treino, o Treinador nunca deverá perder de vista os seus objectivos. A função dos objectivos é a de orientar e ordenar o processo de treino. Colocamos o Treino em movimento a partir dos objectivos que traçamos. Assim, a determinação e ordenação destes apresenta-se como fundamental para todo o processo de treino.
Bom, mas afinal de contas qual a proposta de MEC para o HP?
Vou expor uma proposta, a qual me parece a mais adaptada e mais ponderada, que conheço, não querendo dizer que não haja outras. O seu autor é o professor Jorge Lopes (formador da Federação Portuguesa de Patinagem), o qual a expôs no Curso Nível II em Ourém, espero que o mesmo não se incomode por eu a utilizar.
Então a proposta de evolução é a seguinte:
EU
EU + PATINS
EU + PATINS + STICK
EU + PATINS + STICK + BOLA
EU + PATINS + STICK + BOLA + ALVO (baliza)
EU + PATINS + STICK + BOLA + ALVO + COLEGA EQUIPA
EU + PATINS + STICK + BOLA + ALVO + COLEGA EQUIPA + ADVERSÁRIO
Numa análise rápida, vemos que a bola aparece após o “domínio” do stick, e este, por seu lado, somente surge quando já há um certo “domínio” do EU e dos PATINS...
Acho que este é o melhor percurso, melhor, são as traves mestras do percurso que devemos adoptar para as crianças que se nos aparecem no pavilhão e que pretendem vir a ser jogadoras de hóquei em patins. Não tenhamos pressas em colocar o Stick e a Bola no início do percurso de treino de uma criança, teremos tempo para isso ao longo do processo....até porque há coisas mais importantes a “trabalhar” quando as crianças começam.
3 comentários:
Excepcional Professor!
Grande abraço e contiuações de boas postagens!
Amigo Zig
Ola bom dia ZIG,
Obrigado pelo apoio...
Abraço.
Não poderia estar mais de acordo com a análise realizada pelo professor Jorge Lopes...
Quantos mais seguidores houver, melhores serão os "resultados" da formação de jovens atletas...
Sim, porque fazer formação, não é aproveitar os miúdos talentosos das redondezas e arredores...
Fazer formação, é pegar neles enquanto "EU" e segui-los até estarem "todos equipados"...
Na minha opinião, na fase inicial do processo, o stick e a bola só devem aparecer como "rebuçado", com as devidas precauções...
Gostei de ler este post e espero por mais... Parabéns.
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