A sociedade está a transformar-se. Este é um dado adquirido e sobre o qual toda a gente opina. É a Globalização dizem uns. É a força/necessidade da economia, dizem outros. Pessoalmente, não sei qual é que é… O que sei é que as crianças estão a ser “apanhadas” por estas alterações.
Os pais, com horários cada vez mais desencontrados, não têm tempo para um acompanhamento substancial – ainda que esteja na moda falar em tempo efectivo e não em tempo em forma de medição em minutos - e por outro lado, estão sempre atarefados, o que faz com que não haja tempo para o simples diálogo sobre, por exemplo, a forma como o filho tem encarado a actividade desportiva que pratica.
O tempo de partilha ou de diálogo que sempre caracterizou o ser humano, passa por uma crise existencial.
Se por um lado a existência do “tempo livre” está limitado ao tempo gasto nas deslocações do trabalho para casa e desta para levar os filhos as diversas actividades de enriquecimento. Por outro, os filhos quando não estão na escola, estão nas actividades orientadas e, quando não estão numas destas duas, estão em casa fechados em frente a um ecrã, seja ele o do computador ou o do televisor. Sempre sentados, claro está. A estimulação é mais do género passiva, em que as articulações bem como os músculos são esquecidos.
As alterações provocadas por estas mudanças acontecem a vários níveis: desde a alimentação, à capacidade de tomada de decisões, passando pelos factores de risco para a saúde, etc. Há uma panóplia de alterações que não sabemos onde nos levarão.
Os pais, com horários cada vez mais desencontrados, não têm tempo para um acompanhamento substancial – ainda que esteja na moda falar em tempo efectivo e não em tempo em forma de medição em minutos - e por outro lado, estão sempre atarefados, o que faz com que não haja tempo para o simples diálogo sobre, por exemplo, a forma como o filho tem encarado a actividade desportiva que pratica.
O tempo de partilha ou de diálogo que sempre caracterizou o ser humano, passa por uma crise existencial.
Se por um lado a existência do “tempo livre” está limitado ao tempo gasto nas deslocações do trabalho para casa e desta para levar os filhos as diversas actividades de enriquecimento. Por outro, os filhos quando não estão na escola, estão nas actividades orientadas e, quando não estão numas destas duas, estão em casa fechados em frente a um ecrã, seja ele o do computador ou o do televisor. Sempre sentados, claro está. A estimulação é mais do género passiva, em que as articulações bem como os músculos são esquecidos.
As alterações provocadas por estas mudanças acontecem a vários níveis: desde a alimentação, à capacidade de tomada de decisões, passando pelos factores de risco para a saúde, etc. Há uma panóplia de alterações que não sabemos onde nos levarão.
Mas o que é que isto tem a ver com o treino? A resposta é curta e imediata: TUDO.
O treino, como processo pedagógico/científico, é uma actividade planeada e organizada em função de um determinado grupo de pessoas. Se assim é, são as capacidades do grupo que devem orientar as nossas acções, sejam elas de ordem físico-motora, motivacional, social ou mental. Se todas elas têm a sua importância, as primeiras influenciam de forma acentuada as nossas decisões. Atendendo ao início do texto, as nossas crianças/jovens chegam-nos aos clubes com um nível motor - quer coordenativo, quer condicional – longe do pretendido, ou longe do de outros tempos. Dado que actualmente já não se dão, como há tempos atrás, a passar grande parte do seu tempo livre na rua, a jogarem os mais variados jogos, e dessa forma a estimularem uma série de capacidades que eram a base para o desenvolvimento de outras mais especificas da modalidade desportiva que viessem a praticar.
O vocabulário motor dos actuais “meninos” é insuficiente e o nível de coordenação motora está longe do ideal. A capacidade de equilíbrio, bem como a capacidade de interligação de habilidades, são as principais dificuldades e as que devem ser estimuladas o mais cedo possível.
Assim, uma das exigências actuais do treino, qualquer que seja a modalidade, prende-se com o desenvolvimento das capacidades coordenativas, uma vez que a insuficiente maturação das mesmas limita, no futuro, a progressão do atleta.
Nota:
Para proximos textos ficam as alterações relacionas com a "capacidade de decisão" e a "velocidade".
3 comentários:
Ora gostei! Até que enfim um tema mais generalista. Sobre isto toda a gente pode opinar, porque toda a gente tem uma opinião. E eu sou da tua opinião. Texto muito pertinente!
Ana
Mané:
Admiro pessoas que fazem coisas com gosto. Tu és uma delas!...
Continuas de parabéns pelo teu trabalho. Um bem haja por tudo o que tens escrito, mas sabes que estes textos relacioanados com crianças, são os que mais me tocam.
Nunca é demais ler tudo que se relacione com elas, para lhe conseguirmos proporcionar tudo o que possa ser de melhor para elas.
Obrigados pelo vosso contributo: Ana, Mário e Fernanda.
Mário,
Em parte concordo com o que dizes, mas cabe aos pais fazerem alguma coisa para evitar ou minorar este tipo de situações. quanto às sulas que falas,há apises em que isso aconteçe, mas no nosso "portugal" isso não se afigura fácil.Ainda que já tenha havido forças nesse sentido, mas que foram esquecidas...
Fernanda,
Fico contente por ti, pois sei que o que fazes é sempre com as melhores das intenções, então no que toca à educação/formação dos teus filhotes, não tenho a menor dúvida, e se os meus textos te podem elucidar de alguma forma, fico mais feliz ainda.
Enviar um comentário