6 de setembro de 2006

Cultura do Desporto Juvenil – Princípios


Aproveitando o facto de estarmos prestes a iniciar mais uma época desportiva, ou melhor a iniciar o chamado “Período Preparatório”, e sendo este um período de ponderação/reformulação, é de todo benéfico uma reflexão sobre o passado (nos seus aspectos positivos, bem como nos menos positivos) bem como a construção de um manancial de intenções para o futuro, nomeadamente para a época que agora se inicia.
Aquando da fundamentação do projecto “Jovens no Desporto – Um pódio para todos”, o Instituto do Desporto de Portugal nomeou um conjunto de princípios que deverá funcionar como que o alicerce para a instalação de uma nova Cultura do Desporto Juvenil.

Os Princípios que a seguir exponho pretendem, essencialmente, provocar um momento de ponderação com o intuito de verificarmos se concordamos ou não com as suas elucidações.
Após a leitura e ponderação sobre os principios, e caso nos identifiquemos com os mesmos, pretende-se que façamos um balanço afim de descobrir até que ponto as nossas acções estão em concordância com as indicações do Projecto.

Caso estes princípios não se ajustem à forma de ser, bem com de estar de um Treinador de Jovens, este Profissional deverá reflectir sobre a função que ocupa e o papel que representa perante os Jovens e o Fenómeno Desportivo.

Princípios:

1- Considerar o papel educativo/formativo da prática desportiva e integrar, claramente, os princípios do Espírito Desportivo;

2- Defender a importante função social de iniciar, ou manter, nos jovens hábitos de actividade física, contribuindo para combater o sedentarismo;

3- Proceder à divulgação dos princípios, valores e conceitos específicos da prática desportiva juvenil, destacando os principais aspectos em que ela se distingue da prática adulta;

4- Encarar a intervenção na formação desportiva das crianças e jovens (no seu sentido amplo), como factor indutor de benefícios para o sistema desportivo, traduzidos em maior adesão, menor abandono, mais qualidade das práticas;

5- Contemplar a necessária relação sistémica entre a Iniciação/Orientação e a Especialização/Alto Rendimento, como um processo desenvolvido a longo prazo e por etapas;

6- Sustentar uma perspectiva menos distorcida dos conceitos de competição, sucesso, vitória/derrota, atitude perante o erro e superação;

7- Subordinar os objectivos de rendimento no Desporto Juvenil a uma lógica que respeite as diferentes etapas de desenvolvimento do praticante.


Fonte: “Jovens no Desporto-Um pódio para todos” Fundamentação do Projecto. Instituto do Desporto de Portugal.

7 comentários:

Anónimo disse...

AMIGO,PATINADO
esta uma boa crónica, e será daqui que tirarei algumas ideias se me for permitido.
Um Abraço.

Ernani Batista

Francisco Mendes disse...

Caro Ernani,
Obrigado pelo apoio e pode retirar o que muito bem entender, pois a filosofia que está por detrás deste espaço é a da partilha. Daí que se retirar ideias daqui, com toda a certeza, que as vai desenvolver, e assim sendo todos nós "ganhamos". Uma vez que outra visão sobre estes temas será apresentada. Força.

lee disse...

Gostei. acho que estes principios deveriam estar expostos em todas as instituições onde se pratica desporto, para não esquecer.

PATINSLOVER disse...

Obrigado pela crónica.

A meu ver, uma das coisas mais importantes, é de ter sempre uma boa dinãmica de treino, para interessar e motivar os jovens.

Um abraço da Suiça.

Pedro Antunes

Francisco Mendes disse...

Ola Pedro,
Concordo plenamente quando dizes que a a dinâmica de treino é fundamental para a motivação, mas devemos estar de acordo no que toca a que a "dinâmica" deve, assim como muitos outros aspectos do treino, estar adaptada aos jovens(conforme a seu escalão). Ou seja, mediante os jovens que temos "à nossa frente" temos de adaptar a nossa dinâmica e não o contrário, que é fazer com que "eles" se adaptem a nossa dinâmica... O que achas Pedro?

PATINSLOVER disse...

Ola Francisco,
Tens razão. O que quiz dizer, é que no meu ponto de vista, se devem evitar aqueles exercicios em que poe exemplo, um miúdo tem que esperar 10 minutos para que seja a sua vez de o realizar.
Ou aqueles jogos em que quando os miúdos são tocados por uma bola, se devem sentar. Sobretudo se o jogo dura 15 minutos...
Claro que também é importante pensar em deichar os miúdos ir beber água (eu faço ir em média todos os 30 minutos e menos se fizer muito calor).
Ao principio, devemos adaptar-nos à dinãmica dos miúdos. Depois, pouco a pouco, têm que ser os miúdos a adaptar-se á nossa, salvo algumas excepções (Sobretudo compreender os miúdos que têm mais dificuldades.) Mas claro, que temos que ter sempre em conta a idade dos miúdos.
Não se pode pedir o mesmo ritmo de treino a um miúdo de 6, 9, 12 ou 15 anos.

Francisco Mendes disse...

100% de acordo contigo, então nos dois exemplos de exercicios que dás, não podia estar mais de acordo. Acho também, conforme dizes, que numa primeira fase temos nós treinadores de nos adaptar e claro com o tempo os miudos terão de se adapatar a forma pessoal do treinador. Mas inicialmente, se queremos ter sucesso (sucesso nem sempre é vitoria, mas sim evolução)temos de nos adaptar "a massa humana" que temos pela frente.
Bom trabalho e e comentário pertinente.
Abraço